II DOMINGO DA PAIXÃO - DOMINGO DE RAMOS



A Missa deste dia é celebrada em Roma, na basílica de São João de Latrão. É na igreja do SSmo. Redentor que principiamos a celebração do Mistério augusto da Redenção: a Paixão e a Morte de nosso Divino Salvador.

Todos os textos são repassados de pungente tristeza. A Igreja nos apresenta a imagem dolorosa da Paixão e Morte de Nosso Senhor. Está diante de nós o Homem das dores. Os Cânticos são queixas em sua boca. As Leituras narram a sua Paixão (Evangelho).

Três pregadores se unem para nos descrever a Paixão: Davi, no salmo 21 (Trato), São Paulo, que não quer falar senão do Cristo, e Cristo Crucificado (Epístola) e São Mateus, cuja história da Paixão lemos em lugar do Evangelho.

Meditando este drama e mais ainda, unindo-nos à Paixão do Salvador, pedimos a participação à paciência de Jesus Cristo, para merecermos um dia alcançar a glória de sua Ressurreição. Jesus nos convida (Ofertório). Digamos com Ele: "Pai, faça-se a vossa vontade" (Communio).

📙- MISSAL QUOTIDIANO COMPLETO / EM PORTUGUÊS com o próprio do Brasil edição B - editado e impresso nas oficinas do Mosteiro de São Bento / Bahia, 23 de dezembro de 1957.


 ✝️ -EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS FILIPENSES

📖 - Philip II. 5-11

"Irmãos: Tende em vós os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo, que, sendo Deus por natureza, não reputou usurpação ser igual a Deus. E aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido como homem pela aparência. Humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de Cruz. Por isso também Deus O exaltou e Lhe deu um Nome [novo] que está acima de todo nome (AQUI TODOS SE AJOELHAM), a fim de que ao Nome de Jesus se dobrem os joelhos de todos aqueles que estão nos céus, na terra e nos infernos, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor na glória de Deus Pai."


✝️ - PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO MATEUS

📖 - Matth XXVI. 36-75; XXVII. 1-54

"Naquele tempo, dirigiu-se Jesus com seus discípulos a um lugar chamado Getsêmani, e ali disse a seus discípulos: «Sentai-vos aqui, enquanto eu vou adiante a orar». E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu começou a entristecer-se e a angustiar se. E disse-lhes então: «Minha alma está triste até a morte: ficai aqui e velai comigo». Adiantando-se um pouco, prostrou-se, com a face em terra, e orou, dizendo: «Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; contudo não seja como eu quero, e sim como Tu queres». Voltando a seus discípulos, achou-os a dormir, e disse a Pedro: «Assim, não pudestes velar uma hora comigo? Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito em verdade está pronto, mas a carne é fraca». Retirando-se outra vez, orou, dizendo: «Meu Pai, se não pode este cálice passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade». Indo novamente a eles, achou-os a dormir, porque os seus olhos estavam pesados de sono. E deixando-os, foi-se de novo e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então veio a seus discípulos e disse-lhes: «Dormi agora e repousai; eis que chegou a hora em que o Filho do homem será entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos. Vamos, eis que se aproxima quem me trairá». Enquanto Ele falava, eis que chega Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e paus enviada pelos príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo. Ora, o que O traíra lhes tinha dado um sinal, dizendo: 'Aquele que eu beijar, Esse é; prendei-O'. E logo, chegando-se a Jesus, disse: 'Salve, Mestre! E beijou-O'. Disse Jesus: «Amigo, a que vieste?». Então os outros avançaram, agarraram a Jesus e O prenderam. E logo um dos que estavam com Jesus [Pedro], estendendo a mão, desembainhou a sua espada e feriu o servo do príncipe dos sacerdotes, cortando-lhe uma orelha. Então Jesus lhe disse: «Mete a tua espada em seu lugar; porque todos que tomarem a espada, à espada morrerão. Acaso pensais que não poderia rogar a meu Pai, que me enviasse agora mais de doze legiões de Anjos [72.000]? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim deve suceder?» Naquela mesma hora disse Jesus às turbas: «Como se eu fora um ladrão, viestes armados de espadas e varapaus para me prender; todos os dias estava sentado entre vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos Profetas». Então, todos os discípulos abandonando-O, fugiram. Aqueles, porém, que haviam prendido a Jesus, O levaram a Caifás, príncipe dos sacerdotes, onde os escribas e anciãos se haviam reunido. Pedro, no entanto, O foi seguindo de longe, até o pátio do príncipe dos sacerdotes. E entrando, sentou-se com os criados para ver o fim. Os príncipes dos sacerdotes e todo o concelho buscavam algum falso testemunho contra Jesus, para O poderem condenar à morte, mas não o achavam, ainda que muitas testemunhas falsas se houvessem apresentado. Finalmente, vieram duas falsas testemunhas e disseram: 'Este disse: Eu posso derrubar o templo de Deus, e reedificá-lo em três dias'. E levantando-se, o príncipe dos sacerdotes disse-Lhe: 'Nada respondes ao que estes dizem contra Ti?' Jesus porém calava-se. E o príncipe dos sacerdotes disse-Lhe: 'Conjuro-te pelo Deus vivo, que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus'. Disse lhe Jesus: «Sim, eu sou. Digo-vos, porém, que de ora em diante vereis o Filho do homem sentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu». Então o príncipe dos sacerdotes rasgou as suas vestes, dizendo: 'Blasfemou. Para que necessitamos ainda de testemunhas? Eis que agora ouvistes a sua blasfêmia. Que vos parece?' Responderam eles: 'É réu de morte'. E cuspiram no rosto de Jesus e Lhe deram punhadas. E outros Lhe deram bofetadas, dizendo: 'Adivinha, ó Cristo; quem foi que Te bateu?' Pedro estava sentado fora, no pátio. E chegou-se a ele uma criada, dizendo: 'Tu também estavas com Jesus, o Galileu'. Ele negou, no entanto, diante de todos, dizendo: 'Não sei o que dizes'. Saindo ele à porta, viu-o outra criada e disse aos que aí se achavam: 'Também este estava com Jesus, o Nazareno'. E Pedro negou outra vez com juramento: 'Não conheço o homem'. Pouco depois aproximaram-se os que ali estavam, e disseram a Pedro: 'Certamente tu és também deles; porque a tua fala te dá a conhecer'. Então começou ele a fazer imprecações e a jurar que não conhecia tal homem. E logo o galo cantou. Lembrou-se então Pedro da palavra de Jesus que lhe dissera: 'Antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes'. E, saindo, chorou amargamente. Logo ao amanhecer fizeram conselho todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo, contra Jesus para O condenarem à morte. E levando-O amarrado, eles O entregaram ao governador Pôncio Pilatos. Quando Judas, que o traíra, viu que Jesus fora condenado, cheio de arrependimento foi levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: 'Pequei, a traindo o sangue inocente'. Eles, porém, responderam: 'Que nos importa? Arranja-te'. E ele, jogando os dinheiros no templo, retirou-se e foi enforcar-se com uma corda. Os príncipes dos sacerdotes, tomando então as moedas de prata, disseram: 'Não é lícito pô-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue'. E deliberaram entre si, comprar com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos peregrinos. Por isso chamou-se àquele campo Hacéldama, isto é, campo de sangue, até o dia de hoje. Assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias, nestas palavras: 'Tomaram as trinta moedas de prata, custo d’Aquele cujo preço foi avaliado pelos filhos de Israel, e as deram pelo campo de um oleiro, como o Senhor me ordenou'. E compareceu Jesus diante do governador, que O interrogou desse modo: 'És Tu o Rei dos judeus?' Disse-lhe Jesus: «Sim, eu o sou». E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então Pilatos disse-Lhe: 'Não ouves quantas coisas dizem as testemunhas contra Ti?' E Jesus a nada respondeu, de maneira que o governador se admirava em extremo. Naquele dia solene costumava o governador soltar um preso ao povo, qualquer que quisessem. E havia então um preso afamado chamado Barrabás. Pilatos disse, pois, à multidão reunida: 'Qual dos dois quereis que vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama o Cristo?' Porque sabia que por inveja é que O haviam entregado. E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: 'Não te embaraces com esse Justo, porquanto muito sofri hoje, em sonhos, por causa d'Ele, mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram às turbas que pedissem Barrabás, e fizessem morrer a Jesus'. O governador, respondendo, disse-lhes: 'Qual destes dois quereis que vos solte?' E eles responderam: 'Barrabás'. Pilatos lhes disse: 'Que farei pois, de Jesus, que se chama o Cristo?' Disseram todos: 'Seja crucificado'. O governador lhes observou ainda: 'Que mal fez Ele no entanto?' E eles ainda mais gritavam, dizendo: 'Seja crucificado'. Pilatos, vendo que nada conseguia e antes crescia o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos diante do povo, dizendo: 'Eu sou inocente do sangue deste Justo: vede-o, vós outros'. Respondendo, todo o povo disse: 'Caia seu sangue sobre nós e sobre os nossos filhos'. E logo Pilatos soltou-lhes Barrabás e entregou-lhes Jesus, depois de O açoitar, para ser crucificado. Então os soldados do governador levaram Jesus ao pretório e reuniram em redor d'Ele toda a corte; despindo-O, eles O cobriram com um manto de púrpura; e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na sobre a sua cabeça; e meteram uma cana em sua mão direita. Ajoelhando diante d'Ele, escarneciam, dizendo: 'Salve, Rei dos Judeus!' E cuspindo n'Ele, tomavam a cana e Lhe batiam na cabeça. E depois que zombaram d'Ele, tiraram-Lhe o manto, e O vestiram com os seus vestidos, levando-O para ser crucificado. Ao sair, encontraram um homem de Cirene, por nome Simão, ao qual forçaram a levar a cruz de Jesus. E chegaram ao lugar que se chama Gólgota, isto é, lugar do Calvário. Deram-Lhe então a beber vinho misturado com fel; mas Jesus, provando-o, não o quis beber. Depois O crucificaram, e repartiram os seus vestidos, lançando a sorte para que se cumprisse o que fora predito pelo Profeta nestas palavras: 'Dividiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica, lançaram sortes'. E assentando-se, eles O vigiavam. E puseram sobre a sua cabeça a causa da sua morte, assim A escrita: 'Este é Jesus, Rei dos judeus'. Juntamente com Ele, foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro, à esquerda. E os que passavam blasfemavam contra Ele, meneando a cabeça e dizendo: 'Tu, que destróis o templo de Deus e em três dias o reedificas, salva-Te a Ti mesmo. És o Filho de Deus, desce da cruz'. Da mesma forma também os príncipes dos sacerdotes com os escribas e anciãos, zombando d'Ele, diziam: 'A outros salvou; a Si mesmo não se pode salvar. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e n'Ele havemos de crer. Confiou em Deus; livre-O Esse agora, se O ama, porque disse: Sou o Filho de Deus. E os mesmos impropérios Lhe lançavam em rosto os ladrões que com Ele estavam crucificados. E desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona [Das 12 às 15 horas]'. E perto da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: «Eli, Eli, lamma sabactháni? Isto é: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?» E alguns dos que ali estavam, ouvindo-O, diziam: 'Ele chama por Elias'. E logo, um deles, a correr, tomou uma esponja, e ensopando-a em vinagre, colocou-a em uma cana e Lhe dava a beber. E os outros diziam: 'Deixa, vejamos se Elias vem para O livrar'. E Jesus, clamando outra vez em voz forte, entregou o espírito. (AQUI TODOS SE AJOELHAM EM HONRA DA MORTE DE NOSSO SENHOR). E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram e muitos corpos dos santos, que tinham adormecido, ressuscitaram. E, saindo dos sepulcros depois de sua ressurreição, vieram à cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram muito medo e disseram: 'Verdadeiramente Este era o Filho de Deus'. Achavam-se também ali, olhando de longe, muitas mulheres, as quais, desde a Galiléia, haviam seguido a Jesus, servindo-O. Entre estas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Quando se fez tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era discípulo de Jesus. Ele foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ordenou então que lhe dessem o Corpo. E José, tomando o Corpo, envolveu-O em um lençol limpo, e depositou-O em um sepulcro novo que mandara abrir para si, na rocha. E encostando uma grande pedra à entrada do sepulcro, retirou-se."

🗓️ - MEDITAÇÃO DE SANTO AFONSO DE LIGÓRIO PARA O SEGUNDO DOMINGO DA PAIXÃO

JESUS FAZ SUA ENTRADA TRIUNFAL EM JERUSALÉM

📖 - Matth XXI. 5

"Ecce rex tuus venit tibi mansuetus, sedens super asinam et pullum filium subiugalis"

"Eis que o teu Rei aí vem a ti cheio de mansidão, montado sobre uma jumenta e um jumentinho, filho do que está sob o jugo"

➡️ Sumário

Imaginemos ver Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém. O povo em júbilo lhe vai ao encontro, estende seus mantos na estrada e juncam-na de ramos de árvores. Ah! Quem teria dito então que o Senhor, acolhido agora com tão grande honra, dentro em poucos dias teria de passar ali como réu, condenado à morte? Mas é assim: O mundo muda num instante o Hosanna em Crucifige. E não obstante isso somos tão insensatos, que por um aplauso, por um nada nos expomos ao perigo de perdermos para sempre a alma, o paraíso de Deus.

I. Estando próximo o tempo da Paixão, o nosso Redentor parte de Betânia para fazer a sua entrada em Jerusalém. Contemplemos a humildade de Jesus Cristo, que, sendo o Rei do céu, quer entrar naquela cidade montado numa jumenta. — Ó Jerusalém, eis que o teu rei aí vem humilde e manso. Não temas que Ele venha para reinar sobre ti ou apossar-se das tuas riquezas; porquanto vem a ti cheio de amor e piedade para te salvar e dar-te a vida pela sua morte.

Entretanto os habitantes da cidade, que, havia já tempos, O veneravam por causa de seus milagres, foram-Lhe ao encontro. Uns estendem os seus mantos na estrada por onde passa, outros juncam o caminho, em honra de Jesus, com ramos de árvores. — Oh! Quem teria dito que o mesmo Senhor, acolhido agora com tanta demonstração de veneração, havia de passar por ali dentro em poucos dias como réu condenado à morte, com a cruz aos ombros!?

Meu amado Jesus, quisestes fazer a vossa entrada tão gloriosa, a fim de que a vossa paixão e morte fosse tanto mais ignominiosa, quanto maior foi a honra então recebida. A cidade, ingrata, em poucos dias trocará os louvores que agora Vos tributa, por injúrias e maldições. Hoje cantam: "Glória a vós, Filho de Davi; sede sempre bendito, porque vindes para nosso bem em nome do senhor". E depois levantarão a voz bradando: Tolle, tolle, crucifige eum (1) — "Tira, tira, crucifica-O". — Hoje tiram os próprios vestidos; então tirarão os vossos, para Vos açoitar e crucificar. Hoje cortam ramos e estendem-nos debaixo de vossos pés; então tomarão ramos de espinheiro, para Vos ferir a cabeça. Hoje bendizem-Vos, e depois hão de cumular-Vos de contumélias e blasfêmias. — Eia, minha alma, chega-te a Jesus e dize-Lhe com afeto e gratidão: Bendictus, qui venit in nomine Domine (2) — "Bendito o que vem em nome do Senhor".

II. Refere depois o Evangelista, que Jesus chegando perto da infeliz cidade de Jerusalém, ao vê-la, chorou sobre ela, pensando na sua ingratidão e próxima ruína. — Ah, meu Senhor, chorastes então sobre Jerusalém, mas chorastes também sobre a minha ingratidão e perdição; chorastes ao ver a ruína que eu a mim mesmo causava, expulsando-Vos de minha alma e obrigando-Vos a condenar-me ao inferno. Peço-Vos, deixai que eu chore, pois que a mim compete chorar ao lembrar-me da injúria que Vos fiz ofendendo-Vos. Pai Eterno, pelas lágrimas que vosso Filho então derramou por mim, dai-me a dor de meus pecados, já que os detesto mais que qualquer outro mal e resolvido estou a amar-Vos para o futuro, de todo o coração.

Depois que Jesus entrou em Jerusalém, e se fatigou o dia todo na pregação e na cura de enfermos, quando chegou a noite, não houve quem o convidasse a descansar em sua casa; pelo que se viu obrigado a voltar para Betânia. — Santa Teresa considerando certa vez num Domingo de Ramos, naquela descortesia para com o seu divino Esposo, convidou-O humildemente a vir hospedar-se no seu pobre peito. Agradou-se o Senhor tanto do convite de sua esposa predileta, que, ao receber a sagrada Hóstia, afigurava-se à Santa que tinha a boca cheia de sangue vivo e ao mesmo tempo gozava uma doçura paradisíaca.

Também tu, meu irmão, dirige a Jesus, especialmente quando te aproximas da santa comunhão, o convite que venha hospedar-se em tua alma, a fim de não sofrer mais.

— E agora roga a Deus que, "(...) tendo Ele feito Nosso Senhor tomar carne e sofrer a morte de cruz, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade para imitar, te conceda a graça de aproveitar os documentos de sua paciência e de alcançar a glória da ressurreição" (3). — Recomenda-te também à intercessão da Virgem Maria.


Referências:

(1) 📖 - Jo XIX. 5

(2) 📖 - Matth XXI. 9

(3) Or. Dom. curr.

📗 - (LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 392-395)


Comentários